Desaparecimento social
Nem todas as pessoas desaparecidas são vítimas, por isso que nem todos os casos são considerados crimes. A situação do desaparecimento é categorizada de acordo com vários aspectos. Para ser considerado crime, o desaparecimento precisa estar relacionado à um homicídio ou ameaça. “A gente observa o desaparecimento dentro daquelas vulnerabilidades, daquelas evidências do homicídio. Aquela pessoa começa a sumir do contexto, até desaparecer, e depois ela vai acabar sendo encontrada morta”, explica Arlete Silveira.
O desaparecimento social retrata outra situação, está relacionado à escolha do indivíduo. De acordo com a delegada, quando se trata de uma criança, não há escolha, e o desaparecimento mostra falta de vigilância dos responsáveis. Quando o indivíduo chega à adolescência, outras questões são consideradas. “Você encontra a questão comunitária, individual, constitucional e familiar. A gente vai tentar mediar, para prevenir um futuro desaparecimento. Às vezes, tem um conflito familiar tão forte, que se aquela menina ou aquele menino voltar ao núcleo familiar, vai fugir novamente e vai estar em vulnerabilidade”, confessa.
Independente da situação, o desaparecimento causa um impacto na família e no contexto em que a pessoa vive. A delegada acompanha casos de familiares de pessoas desaparecidas, percebe a dor em encontrar um parente morto, mas também entende a agonia da ausência. “Desaparecimento eu digo que é pior, quando você tem um homicídio você tem um luto. Mas no desaparecimento, nem o luto você tem, você tem a dúvida”, acrescenta.



Gráficos disponibilizados pela 12° delegacia do DHPP.